
Viva a vida com amor, autoresponsabilidade e tente ser feliz
A música “Faz Parte do Meu Show”, de Cazuza, é um retrato cru e poético de uma alma intensa, apaixonada, contraditória e, acima de tudo, humana. Mais do que uma canção romântica, ela é quase um espelho de seu autor: um artista que viveu como cantou — com o coração escancarado, a vida no limite e a dor como matéria-prima da arte.
Mas o que podemos aprender com essa letra? E, mais importante: o que a história de vida de Cazuza nos ensina sobre liberdade, amor e autodestruição?
O Teatro da Vida nas Palavras de Cazuza
Cazuza escreve:
“Te pego na escola e encho a tua bola / Com todo o meu amor / Te levo pra festa e testo o teu sexo / Com ar de professor”
Logo nos primeiros versos, ele já mostra que o amor não é apenas carinho — é desejo, poder, insegurança, performance. Ele mistura o afeto com a posse, a sedução com a manipulação. Como um ator, interpreta papéis no amor, testando, provocando, exibindo.
“Faço promessas malucas / Tão curtas quanto um sonho bom / Se eu te escondo a verdade, baby / É pra te proteger da solidão”
Aqui aparece o autoengano: ele mente para “proteger”, promete o que não vai cumprir. Isso não é só sobre relacionamentos — é sobre como muitas pessoas vivem hoje, criando narrativas para si mesmas, fugindo da dor, racionalizando o caos. E dizendo: “faz parte do meu show”.
Cazuza: Vida no Volume Máximo
A letra da música faz ainda mais sentido quando analisamos a vida de Cazuza. Filho de João Araújo, executivo da gravadora Som Livre, Cazuza cresceu cercado de arte e privilégio, mas optou por romper com as convenções da elite carioca. Queria viver tudo, intensamente. Queria sentir até doer.
E doeu.
Cazuza mergulhou em amores livres, relacionamentos instáveis, drogas, festas, arte e vícios. Declaradamente bissexual, foi um dos primeiros artistas brasileiros a falar publicamente sobre sua condição de soropositivo. Morreu jovem, aos 32 anos, vítima da AIDS. Antes disso, deixou um legado artístico brilhante e uma trajetória de vida que, mesmo sendo intensa, foi marcada por uma ausência gritante de equilíbrio.
A Ilusão da Liberdade Sem Limites
“Viver é melhor que sonhar”, dizia Belchior. Cazuza concordava, mas foi além: para ele, viver era se jogar no abismo da experiência, custasse o que custasse. Ele rejeitava qualquer forma de controle, regra, rotina. Mas a liberdade sem freios, sem autoconhecimento e sem autoresponsabilidade, quase sempre leva à dor — e à morte precoce.
Isso não é moralismo. É constatação.
Cazuza amava a vida, mas não sabia cuidar dela. Ele era inteligente, talentoso, sensível — mas emocionalmente desestruturado. Sua intensidade não vinha acompanhada de um centro. E quando a mente não tem eixo, o coração vira um labirinto.
O Equilíbrio É o Verdadeiro Show
A grande lição aqui é que amar a vida é uma virtude. Viver intensamente, sim. Mas com consciência. Com limites. Com saúde mental. Com a coragem de olhar para dentro e encarar nossas sombras. Com responsabilidade por quem somos e como afetamos os outros.
Equilíbrio não é ausência de emoção. É emoção com direção.
O verdadeiro show da vida não é feito apenas de aplausos, paixão e poesia. É feito também de silêncio, disciplina, rotina, escolhas difíceis e autocuidado.
Cazuza não teve tempo (ou estrutura) para aprender isso. Mas nós podemos — e devemos — aprender.
Ame-se com Inteligência
Autoconhecimento não é uma moda. É sobrevivência. Quando nos conhecemos, entendemos nossos limites, nossas feridas, nossas forças. E conseguimos construir relações mais saudáveis, carreiras mais sólidas e vidas mais longas e significativas.
Autoresponsabilidade é a chave. Parar de culpar os outros. Parar de justificar tudo como “parte do meu show”. Porque, em algum momento, o palco escurece, a cortina cai e a plateia vai embora. E só sobra você com você mesmo.
A inteligência verdadeira não é só intelectual. É emocional. É espiritual. É saber viver com sabedoria.
CTA: Faça o Seu Show Valer a Pena
Você não precisa repetir o roteiro de Cazuza. Pode se inspirar na sua arte, mas viver com equilíbrio. Pode sentir tudo, mas com direção. Pode amar, mas sem se perder.
Hoje é um bom dia para reescrever o seu roteiro.
- Cuide da sua mente.
- Desenvolva autoconsciência.
- Pratique autoresponsabilidade.
- Ame com maturidade.
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